Informes sobre Biodiversidade e Saúde são apresentados na Fiocruz

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Equipe CISS

Dois informes internacionais foram apresentados no último dia 25 de setembro no Museu da Vida – Fiocruz.  O primeiro, sobre a biodiversidade e saúde humana: "Conectando Prioridades Globais Biodiversidade e Saúde Humana - Uma Revisão do Conhecimento Atual", foi organizado pela Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), com a participação da Fiocruz.

O segundo informe, produzido em conjunto por The Lancet e a Fundação Rockfeller, com o tema Saúde Planetária, foi apresentado em vídeo-conferência por Sir Andy Haines da London School of Hygiene and Tropical Medicine (Inglaterra).

O conteúdo e a repercussão dos documentos no âmbito nacional e internacional foram debatidos pelo Dr. Paulo Gadelha, Presidente da Fiocruz, Dr. Bráulio Dias, Secretário Executivo da CDB, Dr. Paulo Buss, Coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde – Cris (Fiocruz), Dr. Guilherme Franco Neto, Assessor de Saúde e Ambiente da Vice-Presidência de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde (VPAAPS/Fiocruz), Dr. Daniel Buss, Pesquisador do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) e Dra. Marcia Chame, Coordenadora do Programa Institucional Biodiversidade e Saúde – Fiocruz.

As relações entre biodiversidade e saúde se dão além de recursos para a alimentação e produção de medicamentos, e envolvem a dinâmica das doenças infecciosas, a imunidade de pessoas, animais e plantas, a riqueza das culturas, o bem-estar mental e a base da erradicação da pobreza. Os documentos trazem como novidade elementos que aproximam as agendas da biodiversidade, implementada pela CDB e os países partes da Convenção, da saúde pela OMS e dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

O evento foi uma atividade conjunta do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris - Fiocruz), o Centro de Estudos do Instituto Oswaldo Cruz (IOC) e o Programa Institucional Biodiversidade e Saúde – Fiocruz.

O Sumário Executivo do documento da CDB e OMS "Conectando Prioridades Globais Biodiversidade e Saúde Humana - Uma Revisão do Conhecimento Atual", em tradução livre da Fiocruz, foi distribuído impresso e está disponível em PDF.

A Fiocruz contribui ao longo de sua história com diversas pesquisas e atividades para os avanços das agendas internacionais e nacional da biodiversidade e saúde.

Clique aqui para visualizar o documento sobre Contribuic?o?es da Fiocruz para o alcance das Metas da Biodiversidade para 2020 - Metas de Aichi.

Leia abaixo a entrevista de Bráulio Dias, Secretário Executivo da CDB:

CISS - Qual o papel do Brasil na agenda de biodiversidade e saúde?

Bráulio Dias - O Brasil é uma liderança por ser o país mais rico em biodiversidade do mundo e também por ter boas iniciativas de conservação e áreas protegidas.

Temos bons programas e uma comunidade acadêmica muito forte em biologia da conservação. Por outro lado, o Brasil é também reconhecido como uma das lideranças em Medicina Tropical e está aí a Fiocruz com mais de 100 anos.

Essas são duas agendas fortes do Brasil, que felizmente tivemos a oportunidade de aproximar com a criação do Programa Institucional de Biodiversidade e Saúde da Fiocruz no âmbito de um programa nacional liderado pelo Ministério do Meio Ambiente com recursos internacionais do GEF, Fundo Mundial para o Meio Ambiente.  Disso tem resultado vários produtos importantes não só a nível nacional como internacional.

A Fiocruz por exemplo, foi um parceiro muito importante para a realização de dois workshops regionais: um para a América Latina realizado em Manaus e outro para os países africanos realizado em Maputo, Moçambique. A Fiocruz foi também fundamental na elaboração deste relatório (Conectando Prioridades Globais Biodiversidade e Saúde Humana - Uma Revisão do Conhecimento Atual) que é um documento global organizado e coordenado conjuntamente pelo secretariado da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e Organização Mundial da Saúde (OMS). A Fiocruz reuniu informações e mostrou todas as formas de interface entre biodiversidade e saúde.

CISS - Qual contribuição do Sistema de Informação em Saúde Silvestre – SISS-Geo desenvolvido pela Fiocruz para o monitoramento e previsão de zoonoses emergentes, na agenda de biodiversidade e saúde?

Bráulio Dias – Acho essa iniciativa fundamental. Está aí o surto de Ebola que aconteceu na África mostrando o risco crescente de novos surtos de zoonoses passando de animais para populações humanas e criando situações de risco extremamente graves.

A melhor forma de prevenir e manejar situações deste tipo é ter um melhor conhecimento sobre essas zoonoses e as situações que podem causar a transmissão dessas doenças dos animais para os humanos.

Essa iniciativa do Centro de Informação em Saúde Silvestre coordenado pela Fiocruz é um instrumento muito importante para que a gente tenha melhores condições de enfrentar novos desafios deste tipo.