Histórias de Engajamento - Entrevista

Nesta nova seção do Boletim Informativo, vamos mostrar experiências e histórias de engajamento de pessoas que participam e contribuem  de forma diferenciada para projeto SISS-Geo SUS. 
Renata conheceu o aplicativo SISS-Geo em 2016, no  II Encontro Sul Brasileiro de Primatologia, promovido pela FURB-Universidade Regional de Blumenau  e o Projeto Bugio, durante palestra apresentada pela coordenadora do projeto e pesquisadora da Fiocruz, Marcia Chame.
Desde então, a coordenadora levou para a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) a ideia de utilizar o SISS-Geo como ferramenta de notificação de epizootias de febre amarela em primatas não humanos (PNH).
Na fotogaleria ao lado veja a atuação da equipe da DIVE da Secretaria de Saúde do estado de Santa Catarina, na notificação de mortes de macacos para identificação da circulação de febre amarela.
"Na vigilância da febre amarela, os macacos são sentinelas e, portanto, tudo que ocorre com a saúde destes animais e onde ocorre no território de Santa Catarina nos interessa saber para que possamos coordenar e articular rapidamente o serviço em campo, coletar amostras para diagnóstico, visando detectar precocemente a circulação do vírus e adotar as medidas de controle e prevenção junto a população suscetível (não imunizada)", afirmou.


Nos vários encontros que realiza, a coordenadora é ponto focal na divulgação e multiplicação do conhecimento, sensibilizando profissionais da saúde, agricultura e meio ambiente, e também trilheiros e montanhistas, para a importância da notificação de mortes de macacos.

Entre 2017 e 2018, o Ministério da Saúde incorporou o SISS-Geo como sistema para o monitoramento e vigilância de epizootias em PNH causadas por febre amarela. Em 2019 os estados do sul do Brasil, em especial Santa Catarina e o Paraná, suas regionais de saúde e municípios, aderiram à proposta da Coordenação Nacional de Arboviroses e da Fiocruz e seus técnicos aderiram ao uso do SISS-Geo como ferramenta de trabalho, em campo, e de gestão para a avaliação de risco e identificação de áreas prioritárias para ações de controle e prevenção.

experiência com o uso do SISS-Geo e contribuições para o monitoramento da FA no estado de Santa Catarina tem se mostrado muito positiva desde a sua incorporação no serviço de vigilância, efetivada pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE) de Santa Catarina, em outubro de 2019.


"Com os técnicos das gerências regionais de saúde e os técnicos municipais capacitados para o uso do SISS-Geo, o próximo desafio é fazer com que todos as gerências regionais e municípios tenham seu logins institucionais ativos para que os alertas sejam emitidos em cadeia a todas as esferas e que incorporem a ferramenta como rotina de trabalho", explica Renata.

"Sabemos que existem dificuldades quanto a recursos humanos, e um outro desafio é que os técnicos das SMS, ACS e ACE incentivem e ensinem a população que está sob o risco (moradores de borda de mata, silvestres e rurais) a utilizar a ferramenta, para serem vigilantes e colaboradores da saúde silvestre, bem como na prevenção da febre amarela ficando de olho nos macacos", disse.

Os próximos passos são igualmente estimulantes para as equipes da Plataforma Institucional de Biodiversidade e Saúde da Fiocruz e Coordenação Geral de Vigilância das Arboviroses (CGARB/DEIDT/SVS) da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, que reconhecem o grande valor da participação dos colaboradores e acreditam que histórias de engajamento como esta, ensinam, emocionam e nos levam a agir.


PERFIL/FORMAÇÃO

Renata nasceu em Uberlândia/MG, é formada em Ciencias Biologicas pela Universidade Federal de Uberlândia–UFU e Mestre em Genética Molecular Humana e Bioquímica.
Trabalhou por muitos anos em bancada de laboratório realizando diagnósticos moleculares, implantando novas tecnologias e divulgando entre a classe médica a importância da avaliação de perfis genéticos para direcionar tratamentos mais eficazes baseados nas características genéticas individuais.