Entre os dias 02 e 06 de setembro de 2024, o Instituto Evandro Chagas (IEC/SVSA/MS) sediou o "Treinamento em Vigilância de Arboviroses Zoonóticas aplicado à Vigilância Animal e Oficina para Formação de Multiplicadores no Uso da Plataforma SISS-Geo". Promovido pela Coordenação Geral de Vigilância das Arboviroses (CGARB) do Ministério da Saúde, também com o apoio do Centro Nacional de Primatas (CENP), o evento teve como objetivo capacitar profissionais para fortalecer a vigilância de arboviroses silvestres na Amazônia. A ideia é possibilitar a melhoria da qualidade dos dados de vigilância e dos fluxos de notificação e investigação de eventos suspeitos (humanos e animais), além de favorecer produção de informação oportuna e aumentar a capacidade de vigilância e resposta dos serviços de saúde.
A metodologia utilizada durante o treinamento envolveu tanto a teoria quanto a prática, com atividades realizadas no CENP, na mata do IEC e nos laboratórios da Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas (SEARB). O treinamento também incluiu a formação de multiplicadores no uso da plataforma SISS-Geo, uma ferramenta importante para monitoramento em tempo real de doenças na fauna silvestre, ajudando a antecipar surtos que possam afetar seres humanos. Os profissionais externos ao CENP e IEC são das regionais de saúde da Secretaria de Estado de Saúde do Pará (SESPA).
Segundo Pedro Henrique Passos, consultor técnico da CGARB, o Ministério da Saúde vem aprimorando a utilização do SISS-Geo desde 2019, como uma ferramenta estratégica para a detecção precoce de surtos de arboviroses em animais. “O fortalecimento dessa vigilância é crucial, especialmente na Região Norte, onde essas doenças são endêmicas. A antecipação na detecção dos vírus nos animais pode impedir que eles se espalhem para a população humana,” ressaltou.
Marcia Chame, coordenadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre (Pibss/Fiocruz), destacou a importância de expandir o uso do SISS-Geo para todas as regiões do Brasil, com foco no Pará e na Amazônia. “Há uma escassez de dados na região, o que dificulta a resposta rápida a possíveis surtos. Com este treinamento, buscamos capacitar profissionais locais que possam multiplicar o conhecimento adquirido e fortalecer a rede de vigilância,” afirmou.
Cerca de 30 pessoas participaram da capacitação, entre eles, gestores e técnicos especializados das áreas de vigilância animal, epizootias, zoonoses, vigilância epidemiológica e ambiental das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde do estado do Pará, além de pesquisadores e tecnologistas do IEC e do CENP.
Sobre o SISS-Geo
O Siss-Geo é uma plataforma computacional que tem como um dos principais objetivos, gerar, a partir dos registros georreferenciados informados pelos usuários, modelos de alerta de ocorrências de agravos na fauna silvestre, especialmente os com potencial de acometimento humano, e modelos de previsão de oportunidades ecológicas para emergência de doenças.
Sobre as arboviroses
As arboviroses são um grupo de doenças virais transmitidas principalmente por artrópodes, como mosquitos e carrapatos. A palavra "arbovirose" deriva de "arbovírus", que significa "vírus transmitido por artrópodes" (do inglês . Essas enfermidades podem causar uma variedade de sintomas, desde febre leve até complicações mais sérias, sendo algumas delas potencialmente fatais. Os principais vetores das arboviroses são os mosquitos, em particular, os gêneros Aedes, Culex, Anopheles e pelo inseto do gênero Orthobunyavirus. Eles se tornam portadores dos vírus ao picar uma pessoa infectada e, subsequentemente, passam o vírus para outras pessoas durante suas picadas. Dentre as arboviroses mais conhecidas, destacam-se: dengue, Zika, chikungunya, oropouche e febre amarela.
Fonte:
Site do Ministério da Saúde (https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/arboviroses#:~:text=As%20arboviroses%20s%C3%A3o%20um,%22v%C3%ADrus%20transmitido%20por%20artr%C3%B3podes%22.)