Bicho no SISS-Geo: Lobo Marinho do Sul

Crédito
Larissa Oliveira (Unisinos) e Luciana Sianto (PIBSS-Fiocruz)


Arctocephalus tropicalis (Gray, 1872)

­­Colaborador: Ivo Leo Schmidt

Registro no SISS-Geo: 13342
 

Nome popular: lobo-marinho-sub-antártico, lobo-marinho-do-peito-branco.
 

Taxononomia: é um mamífero carnívoro da família Otariidae, que engloba os leões-marinhos e lobos-marinhos. Reino Animalia, Filo Chordata, Classe Mammalia, Ordem Carnivora, Família Otariidae, Gênero Arctocephalus, Espécie Arctocephalus tropicalis.
 

Distribuição: são amplamente distribuídos no hemisfério sul, principalmente nos oceanos Atlântico Sul e Índico, com cerca de 95% da população se reproduzindo em três locais: Ilha Gough, Ilhas Príncipe Eduardo e Ilha de Amsterdã. Também se reproduzem nas ilhas subantárticas ao norte da frente polar Antártica, incluindo as ilhas Marion, Crozet e Macquarie, e ao norte da frente subtropical em Tristão da Cunha e na Ilha de São Paulo. O limite norte de sua distribuição não é bem conhecido, mas vaga amplamente e animais desta espécie costumam aparecer nas Ilhas Juan Fernández, Chile, Argentina, Uruguai, Brasil (incluindo Nordeste), Gabão, Angola, África do Sul, Tanzânia, Comores, Madagascar, Maurício, Ilhas Rodrigues, Austrália e Tasmânia e Ilha do Sul da Nova Zelândia.

Descrição: o nome lobo-marinho-do-peito-branco se justifica pela pelagem pardo-amarelada no peito, garganta e face. No dorso a pelagem é marrom e possui uma mecha de pelos no alto da cabeça. As fêmeas podem medir até 1,4m e pesar 50Kg. Os machos chegam a pesar 3x mais do que as fêmeas, atingindo 160Kg e medindo até 2 metros.

Ecologia: são animais poligâmicos, com os machos defendendo territórios com manifestações vocais e posturais e lutas. Territórios típicos incluem 1-5 fêmeas por macho em praias repletas de pedregulhos, no sopé de penhascos, saliências costeiras e terraços e em grutas e cavernas costeiras rasas. As vocalizações femininas estão mais relacionadas à atração de filhotes, com um lamento triste sem vibrar. Os filhotes nascem do final de outubro ao início de janeiro, com pico em meados de dezembro. As fêmeas dão à luz 6 dias após chegarem à colônia e o estro e o acasalamento ocorrem 8-12 dias depois. As fêmeas desmamam seus filhotes em aproximadamente 11 meses. Com exceção das fêmeas com filhotes, a maior parte da população passa grande parte do inverno e da primavera (junho a setembro) no mar, mas permanecem em terra para a muda anual entre fevereiro e abril. Pouco se sabe sobre o comportamento destes animais no mar. 
Se alimentam de peixes, cefalópodes (lulas, polvos), krill (pequenos animais invertebrados semelhantes a camarão), e atacam pinguins.  São predados por baleias, tubarões e, na Ilha Macquarie, leões marinhos da Nova Zelândia. São predados por baleias, tubarões e, na Ilha Macquarie, leões marinhos da Nova Zelândia
 

Conservação: os animais desta família foram superexplorados pelos caçadores no século 19 e estavam à beira da extinção no início do século 20. Desde então, têm se recuperado e acredita-se que a população total seja maior do que 310.000 animais (estimados em 1987), uma vez que parece ter experimentado um crescimento constante desde então. Vivem em algumas das áreas oceânicas mais remotas e se reproduzem em muitas das ilhas mais isoladas da Terra. Todas as ilhas de reprodução são administradas como áreas protegidas ou parques pelos governos que as reivindicam. A visita humana e as atividades de pesquisa científica são mínimas nos locais. A captura e o emaranhamento em redes de pesca e em detritos marinhos não são bem compreendidos, mas não são listados como uma grande ameaça nas análises de status. A maior preocupação é com a perda de habitat, por ser uma espécie que se reúne sazonalmente em grandes agregações em relativamente poucos locais. A perda de apenas um local de reprodução pode impactar toda a população existente.

Risco de Extinção: pouco preocupante (IUCN).

Curiosidade: Voce sabe diferenciar um lobo ou leão marinho de uma foca? Os lobos e leões marinhos possuem orelhas e usam os membros anteriores para se locomover, já as focas não possuem orelhas e se deslocam empurrando os membros anteriores enquanto os posteriores permanecem em situação passiva.

Espécie identificada pela Dra. Larissa Oliveira do Laboratório de Ecologia de Mamíferos da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Texto elaborado por Luciana Sianto.

Fontes: 
Hofmeyr G.J.G. 2015. Arctocephalus tropicalisThe IUCN Red List of Threatened Species 2015: e.T2062A45224547. 
https://dx.doi.org/10.2305/IUCN.UK.2015-4.RLTS.T2062A45224547.en. Acessado em 24 de Agosto de 2021.

Jefferson T.A., Webber M.A., Pitman R.L. 2015. Marine Mammals of the World: A Comprehensive Guide to Their Identification. Second Edition. Elsevier, 617p.

Kolesnikovas, C.K. Pinípedes na Área de Proteção Ambiental da Baleia Franca. Acessado em 24 de agosto de 2021:
https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/plano-de-manejo/11_pinipedes_apa_da_baleia_franca.pdf

SiBBr. Arctocephalus tropicalis (Gray, 1872). Acessado em 24 de agosto de 2021:
https://ala-bie.sibbr.gov.br/ala-bie/species/127117#overview.