Entre as Unidades de Conservação brasileiras, o Parque Nacional da Serra dos Órgãos, na região serrana do Rio de Janeiro, abriga fauna e flora excepcionais.
A grande diversidade de hábitats, proporcionada pela altitude de suas montanhas, variação no clima, tipos de solo, formação geológica, explica a alta diversidade de espécies da fauna e flora.
O Parque abriga cerca de 462 espécies de aves, 105 de mamíferos, 103 de anfíbios e 83 de répteis, incluindo 130 animais ameaçados de extinção e muitas espécies endêmicas.
O PARNASO se destaca também na área de pesquisas científicas voltadas para a biodiversidade. É uma das unidades de conservação da Mata Atlântica mais procuradas pelos pesquisadores nacionais e estrangeiros e, sua equipe técnica, coordena e executa projetos de manejo e monitoramento da biodiversidade na sua área e entorno.
Neste contexto a Fiocruz e o PARNASO desenvolveram uma parceria para o monitoramento da fauna no Parque, utilizando o SISS-Geo como ferramenta de informação.
O PARNASO recebe um número grande de visitantes por ano (em 2015 foram 217 visitantes) e é um dos destinos mais procurados em razão da oferta da maior rede de trilhas do Brasil (200 km).
A conservação do Parque conta com a parceria dos Clubes de Montanhismo e condutores locais, além do trabalho em conjunto com o Comando de Polícia Ambiental do Estado do Rio de Janeiro, agentes municipais de fiscalização ambiental e também com a Polícia Rodoviária Federal, em Operações Temáticas Especializadas de Combate aos Crimes Ambientais (OTECCA).
O monitoramento da fauna do PARNASO com o uso do SISS-Geo conta com o apoio efetivo de 5 colaboradores voluntários, além de colaboradores eventuais. A coordenação de pesquisa do Parque acompanha em tempo real os registros, além de auxiliar na validação das espécies observadas.
A iniciativa no PARNASO soma 127 registros no interior do Parque e 145 em sua zona de amortecimento.
O colaborador número 1 do SISS-Geo, em 2016, é montanhista e trabalha como condutor e guia do PARNASO.
Ele enviou 99 registros de animais no período de julho a dezembro de 2016 (veja matéria na página 3).
Segundo o biólogo Jorge Nascimento (ICMBio), os condutores, guias e visitantes em geral se interessam pela biodiversidade, mas antes do SISS-Geo, tinham uma relação muito distante com ela.
“Esta aproximação além de potencializar o banco de dados sobre biodiversidade do Parque, amplia e estreita a relação que a gestão tem com a sociedade possibilitando, assim, o alcance com mais sucesso dos objetivos do Parque, aumentando o pertencimento que a sociedade tem dele, fator primordial para que os objetos e objetivos de conservação sejam mais efetivos e efetivamente alcançados” diz Jorge.
No âmbito da pesquisa, o SISS-Geo fornece ainda informações com base científica sobre o estado de espécies,
inclusive as que estão na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas (IUCN red list).
As atividades realizadas em 2016, compreenderam:
- 03 cursos para a formação de 181 colaboradores entre guardas-parque, brigadistas, gestores, condutores de trilhas, abrigueiros, servidores da concessionária, conselheiros, estudantes e comunidades.
- Participação na 1a Reunião técnica sobre conflitos de fauna e agricultura na região do mosaico central fluminense com agricultores do entorno do PARNASO para elaboração de plano de monitoramento e mitigação do uso das plantações e criações por animais silvestres.
O Analista Ambiental e Biólogo Jorge Nascimento, diz que parcerias em andamento com instituições de pesquisa, ensino e gestão, além das comunidades do entorno, buscam efetivar ações práticas e informações sobre espécies ameaçadas. “Pretendemos ter uma catalogação completa das espécies ameaçadas e das ameaças que incidem sobre elas. Nos projetos de pesquisa aplicada prevemos um aumento na interação com todo o público visitante do Parque, sejam turistas, pesquisadores, estudantes ou outros públicos”