A Plataforma de Biodiversidade e Saúde Silvestre (PIBSS) da Fiocruz, criadora do SISS-Geo, em parceria com a Coordenação Geral de Vigilância Das Arboviroses do Ministério da Saúde (CGARB/MS), treina e capacita multiplicadores, gestores e usuários SUS, para o uso do SISS-Geo no monitoramento de epizootias de Febre Amarela e outras zoonoses desde 2017.
No primeiro semestre do ano ocorreram diversas oficinas visando ampliar o uso do SISS-Geo no Brasil. A diversidade de setores chamou a atenção da Jessica Andrade de Oliveira, bolsista da PIBSS da Fiocruz, que ministrou o treinamento de uso do SISS-Geo nas oficinas: “A diversidade de setores que participam das oficinas, tanto no âmbito da saúde, agricultura e meio ambiente, faz com que haja um diálogo rico, possibilitando a troca de conhecimentos e oportunizando o início de parceria entre esses setores. As parcerias criadas entre esses grupos são muito relevantes para a melhoria do monitoramento da biodiversidade, pois fazem com que não apenas os gestores ambientais participem desta atividade, mas toda a gestão com que a Saúde Única se relaciona.”
A primeira oficina do ano ocorreu entre os dias 22 e 24 de março na cidade de João Pessoa (PB), além da PIBSS e do CGARB/MS a ação ocorreu em parceria com a Secretaria da Saúde do Estado da Paraíba (SES/PB).
Genival Loureiro da Silva, que trabalha na Vigilância Ambiental do município de Bayeux, destaca a rapidez do envio das informações geradas pelo uso do SISS-Geo: “O SISS-Geo chegou de uma forma extraordinária e para ficar, pois ele facilita o envio de informações completa para os setores envolvidos, o que antes demorava muito.”
No total, 48 pessoas foram treinadas, dentre elas gestores e técnicos especializados das áreas de vigilância animal, epizootias, zoonoses e de setores considerados estratégicos pela SES/PB, como representantes do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Primatas Brasileiros (ICMBio/CPB), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) e o Laboratório Central de Saúde Pública (LACEN/PB).
Participantes da oficina de multiplicadores do SISS-Geo em João Pessoa (PB). Foto: Fernanda Vieira
Em um segundo momento, foi a vez de algumas cidades do interior de São Paulo. Entre os dias 10 e 14 de abril São João da Boa Vista (SP), Parque Estadual Águas da Prata em Águas da Prata (SP) e Itapeva (SP) receberam a formação com o apoio do Centro "Prof. Alexandre Vranjac" - CVE São Paulo e do Grupo de Vigilância Epidemiológica do Município de São João da Boa Vista.
A formação contou com a presença de 95 participantes, dentre eles gestores e técnicos especializados das áreas de vigilância animal, epizootias, zoonoses, vigilância epidemiológica e ambiental, além de demais segmentos da sociedade considerados estratégicos para intensificar a vigilância ao nível regional.
Fabricio Pinheiro da Cunha, gestor de Unidade de Conservação, destacou a interface entre a conservação e a saúde apresentadas durante a formação: “Foram trazidas novas perspectiva que mudam o nosso olhar em relação ao monitoramento da vida silvestre, dessa forma aprendemos como contribuir para a vigilância além da conservação, o SISS-Geo demonstrou ser um sistema robusto que traz perspectivas para o nosso banco de dados e múltiplos usos.“
Participantes da oficina em São João da Boa Vista (SP). Foto: Pedro Passos
Já em maio, o estado do Ceará contou com a oficina de multiplicação com o apoio da Secretaria Estadual de Saúde.
Andrea Faria Evangelista, colaboradora no projeto de fortalecimento das arboviroses da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), relata a importância do SISS-Geo que pode observar durante a oficina: “O SISS-Geo é uma ferramenta fantástica em relação à facilidade do uso e o enriquecimento das informações que são passadas em pouco tempo que propicia uma resposta mais oportuna.”
A formação ocorreu entre os dias 15 e 19 de maio no Parque Estadual do Curió e Centro de Controle de Zoonoses em Fortaleza (CE) e contou com a presença de 35 pessoas, entre elas gestores e técnicos especializados das áreas de vigilância animal, epizootias, zoonoses, vigilância epidemiológica e ambiental, agentes de endemias, protagonistas da defesa agropecuária, além de demais segmentos da sociedade considerados estratégicos para intensificara a vigilância em nível regional.
Participantes da oficina no Parque Estadual do Curió em Fortaleza (CE). Foto: Pedro Passos
Finalizando as oficinas do primeiro semestre do ano, a última formação foi realizada em Teófilo Otoni (MG).
A ação intitulada “Vigilância Epidemiológica da Febre Amarela e Descentralização SISS-Geo na Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni” ocorreu no dia 30 de maio e foi realizada pela Superintendência Regional de Saúde de Teófilo Otoni, contou com o apoio da Secretaria de Estado da Saúde do Governo do Estado de Minas Gerais e teve a participação do SISS-Geo.
Marla Oliveira, Médica Veterinária que trabalha no setor de zoonoses do município, comenta sobre como o SISS-Geo auxilia na compreensão das zoonoses: “o treinamento foi muito importante, pois o SISS-Geo fornece a possibilidade de compilar as informações, não só da nossa cidade, mas de cidades próximas, auxiliando no entendimento das zoonoses.”
O evento contou com a presença de 77 participantes, representantes de 32 municípios, entre eles predominantemente agentes de combate a endemias, coordenadores de vigilância ambiental, coordenadores de vigilância em saúde, coordenadores de epidemiologia, coordenadores de endemias, assessores de imprensa, fiscais agropecuários do estado de Minas Gerais, representantes da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (EMATER), equipes de imunização municipais, representantes CEVARB/SES MG, representantes do IFNMG/Salinas entre outras referências técnicas do estado.
Alguns dos participantes do evento em Teófilo Otoni (MG). Foto: Jessica Andrade de Oliveira