Fiocruz, Ministério da Saúde e Imperial College London realizam prática de vigilância de epizootias em febre amarela e outras arboviroses no Centro de Primatologia do RJ

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Equipe PIBSS/Fiocruz

A semana de atividades das equipes do Ministério da Saúde, Fiocruz e Imperial College London foi encerrada no Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), em Guapimirim, na última sexta-feira (26/8). O grupo de cerca de 40 pesquisadores e gestores da área de vigilância em saúde, também composto por representantes da Organização Pan-Americana da Saúde/OMS e das secretarias estaduais de saúde de São Paulo e Rio Grande do Sul, foi recebido pelo chefe do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro (CPRJ), Dr. Alcides Pissinatti e equipe.


Prática de vigilância de epizootias em febre amarela e outras arboviroses no Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, parte da “Oficina de Trabalho sobre Modelagem de Dados: Apoiando o Caminho da Coleta de Dados à Análise de Surtos”, 26 de agosto de 2022. Foto: Barbara Souza 

“Foi um dia muito importante para nós do Centro de Primatologia do Rio de Janeiro e, certamente, para o Inea, que tem trabalhado para promover intercâmbio com instituições brasileiras e estrangeiras. Essa visita dos colegas da Imperial College London é muito significativa para nós, assim como a dos representantes do Ministério da Saúde. Acredito que esse encontro pode motivar muitas outras ações e trabalhos em áreas diferentes, como botânica, zoologia e na questão de agentes de doenças. Tudo isso para chegar à saúde única, que hoje em dia se discute muito”, celebrou Alcides Pissinatti.  

O trabalho de campo no CPRJ, com atividades de vigilância de epizootias de febre amarela e outras arboviroses, ocorreu após três dias de aulas e exercícios práticos na “Oficina de Trabalho sobre Modelagem de Dados: Apoiando o Caminho da Coleta de Dados à Análise de Surtos”, realizada em Petrópolis. A semana havia começado com o “Painel de discussão sobre a contribuição da modelagem de dados para vigilância e políticas públicas em saúde”, na segunda-feira (22/8), na sede da Fiocruz, no Rio de Janeiro.


Apresentação Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, parte da “Oficina de Trabalho sobre Modelagem de Dados: Apoiando o Caminho da Coleta de Dados à Análise de Surtos”, 26 de agosto de 2022. Foto: Barbara Souza  

Divididos em dois grupos para minimizar os efeitos da visita aos animais, os participantes percorreram os viveiros que abrigam mais de 30 espécies de primatas. A atividade principal do CPRJ é a criação e reprodução em cativeiro de primatas brasileiros ameaçados de extinção, como o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia), endêmico do estado do Rio de Janeiro, e o sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), espécie também nativa da Mata Atlântica fluminense, e considerado um dos 25 primatas mais ameaçados do mundo. No local, há ainda animais originais de outras áreas da Mata Atlântica e até mesmo da Amazônia. Alguns são nascidos em cativeiro e outros, resgatados do tráfico de animais silvestres e de outras atividades humanas impactantes - como rodovias, hidrelétricas, etc.  


Leontopithecus chrysomelas, uma das espécies da Mata Atlântica ameaçadas de extinção mantida no Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, 26 de agosto de 2022. Foto: Barbara Souza 

Durante o dia no CPRJ, a equipe da Coordenação-geral de Vigilância das Arboviroses apresentou técnicas e estratégias utilizadas na vigilância de primatas não-humanos, com foco no controle da Febre Amarela. Orientações para captura dos primatas e vetores em ambiente livre, além da coleta, acondicionamento para a remessa de amostras biológicas para diagnóstico foram experimentadas pelos participantes, com apoio de pesquisadores do Instituto Pasteur/ Secretaria do Estado da Saúde de São Paulo e do Centro de Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul. Já a equipe da Plataforma Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz apresentou o SISS-Geo aos participantes, com breve prática do uso do aplicativo para monitoramento dos animais silvestres e vigilância em saúde.