Mais de 250 profissionais de São Paulo e Minas Gerais participam de formação contra febre amarela

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Marcella Mota Ministério da Saúde

De 14/10 até sexta-feira (18) está sendo realizada, em Serra Negra, uma oficina de formação para mais de 250 profissionais de saúde de São Paulo e Minas Gerais. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) e a Coordenação-Geral de Vigilância de Arboviroses (CGARB) estão à frente do treinamento, que tem como objetivo qualificar as equipes de imunização e de vigilância em estratégias de microplanejamento e vigilância epidemiológica da febre amarela, cujo cenário epidemiológico tem preocupado as autoridades de saúde.

A iniciativa também engloba ações de intensificação da vigilância e vacinação contra a febre amarela como preparação para o período sazonal da doença, que ocorre entre dezembro e maio. O treinamento tem como foco formar multiplicadores capazes de aplicar a metodologia de microplanejamento para garantir a vacinação de alta qualidade (AVAQ) nos dois estados, além de fortalecer a vigilância da febre amarela (vigilâncias epidemiológica, entomológica e de primatas não-humanos), incluindo a implementação do uso da plataforma SISS-Geo, voltada ao monitoramento de primatas não-humanos.

Gestores e técnicos estaduais e municipais de imunizações, vigilância e atenção primária, representantes dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (Dsei), bem como profissionais do Ministério da Saúde e setores ligados à saúde pública e vigilância das arboviroses participarão do curso na modalidade híbrida. O evento acontece em um contexto de risco de ocorrência da doença na região extra-amazônica do país, com casos recentes em São Paulo e Minas Gerais. O aumento da cobertura vacinal é uma prioridade do Ministério da Saúde, que busca prevenir novos surtos e óbitos pela doença.

Febre Amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, imunoprevenível, de evolução abrupta e gravidade variável, com elevada letalidade nas suas formas graves. A doença é causada por um vírus transmitido por mosquitos, e possui dois ciclos de transmissão (urbano e silvestre).  No ciclo urbano, que não é documentado no Brasil desde 1942, a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. No ciclo silvestre, os transmissores são mosquitos com hábitos predominantemente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais importantes. 

No ciclo silvestre, os primatas não humanos (PNHs) são considerados os principais hospedeiros, amplificadores do vírus, e são vítimas da doença assim como o ser humano, que, nesse ciclo, apresenta-se como hospedeiro acidental.

É uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento suspeito (morte de primata não-humanoe caso humano com sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado/notificado em até 24 horas após a suspeita inicial às autoridades locais competentes pela via mais rápida (telefone, e-mail, etc). Às autoridades estaduais de saúde cabe notificar os eventos de febre amarela suspeitos ao Ministério da Saúde.