Para conhecer mais: Novas publicações do ministério da saúde trazem novidades sobre a vigilância em saúde

Crédito
Thamara Santos de Almeida - Equipe Pibss Fiocruz

Guia de Vigilância em Saúde (5a edição)

A quinta edição do Guia de Vigilância em Saúde (GVS), editado pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), orienta as ações e políticas públicas para o alinhamento entre os governos federal, estadual e municipal aos novos desafios e estratégias de vigilância, prevenção e controle das doenças e agravos de importância à saúde pública. Publicado em 2021, o guia conta com a colaboração de diversos especialistas e está dividido em 11 capítulos atualizados que recomendam as ações de vigilância, de acordo com a Lista Nacional de Notificação Compulsória de Doenças, Agravos e Eventos de Saúde Pública (Portaria n.º 1.061, 18/05/2020) e de outras doenças e agravos não transmissíveis (https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-1.061-de-18-de-maio-de-20…).

A nova edição conta com o acréscimo do Capítulo 1 que traz textos inéditos sobre a Vigilância das Coberturas Vacinais, Vigilância do Óbito Materno e Infantil, Vigilância das Anomalias Congênitas, Vigilância em Saúde Ambiental, Vigilância em Saúde do Trabalhador e Farmacovigilância. 

A orientação para o uso do SISS-Geo é uma das principais atualizações e está presente no Capítulo 6, na sessão sobre febre amarela, onde é possível destacar sua indicação na vigilância de epizootias de primatas não humanos e no roteiro básico de investigação epidemiológica dessas mortes. A vigilância desses animais busca identificar áreas de transmissão, detectar a circulação do vírus de forma precoce, orientar a sociedade e profissionais de saúde locais sobre as populações em risco, mapear áreas prioritárias para a intensificação da vigilância e para a vacinação. Para isso, o uso do SISS-Geo para a notificação de epizootias é sugerido por ser ferramenta digital (app em Android e iOS),  grátis,fácil e prática para notificar macacos e  outros animais mortos, doentes e também vivos. A identificação de anormalidades e mortes dos animais é identificada e um alerta automático é disparado com informações em tempo real para órgãos municipais, regionais, estaduais e federais do SUS.  

O documento aponta dados de avanços recentes (2019/20) da incorporação do aplicativo na Região Sul do Brasil como redução de 82,9% na proporção de mortes de macacos sem identificação de gênero/espécie e de 76,5% de registros sem coordenadas geográficas. Conforme o guia, o uso do SISS-Geo na vigilância em saúde está em implantação em diversos estados brasileiros, onde espera-se os avanços obtidos na região sul do Brasil. 

É possível conferir as oficinas para a formação de multiplicadores do uso do SISS-Geo realizadas junto à Coordenação Geral de Arboviroses do Ministério da Saúde, às secretarias de saúde dos estados e outros parceiros em 2021 na linha do tempo, no final deste  boletim. 

Para conferir a publicação basta acessar o link:
https://www.biodiversidade.ciss.fiocruz.br/sites/www.biodiversidade.ciss.fiocruz.br/
files/guia%20de%20vigil%C3%A2ncia%20em%20saude%202021%20%281%29.pdf


 

Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública - Febre Amarela (2a edição)

A reemergência da febre amarela no Brasil no sudeste do Brasil em 2014 trouxe grande preocupação, uma vez que retornou aos estados onde não ocorriam surtos há cerca de 80 anos. Além disso, o risco de reurbanização tornou-se alvo de preocupação. Na perspectiva de avançar no controle e prevenção desta doença zoonótica, em 2021, foi lançado o Plano de Contingência para Resposta às Emergências em Saúde Pública: febre amarela (2ª edição) pelo Ministério da Saúde. O plano busca definir quais ações de vigilância e respostas precisam ser tomadas por todos os órgãos do SUS e o Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SNVE).  

As principais novidades neste plano são a incorporação do SISS-Geo na notificação de animais mortos e doentes em campo e as análises de riscos que apontam municípios e localidades que reúnem características que favorecem a ocorrência da febre amarela a partir dos modelos gerados pelo Grupo de Modelagem de Febre Amarela - GruMFA. No Capítulo 4 é abordada a avaliação de risco com a metodologia utilizada para identificação dos  corredores de transmissão e a velocidade de dispersão do vírus no território. Com o intuito de ampliar as ações de vigilância, controle vetorial e identificar áreas prioritárias para vacinação em todo o Brasil, são construídos modelos computacionais a partir de dados, que usam os registros georreferenciados de epizootias de macacos e casos humanos, características do uso do solo, fatores socioambientais e climáticos para identificar o conjunto de variáveis que favorecem a ocorrência da febre amarela e, com isso, prever novas áreas onde a febre amarela pode ocorrer.  Os resultados obtidos pelo GruMFA desde 2018, só são possíveis graças à parceria da Coordenação Geral de Arboviroses do Ministério da Saúde; das Secretarias Estaduais de Saúde, Fiocruz e da Sucen/SP.  

O Capítulo 5 descreve os diversos cenários de risco e níveis de ativação da organização da resposta que devem ser executadas pelas instâncias municipal, estadual e federal. O SISS-Geo é mencionado em todos os níveis desta atuação que prevê: Nível 1: detecção e controle de foco no nível municipal e estadual; Nível 2: Surto regional e/ou foco com risco de dispersão nacional/internacional; e Nível 3: Surto em área de elevada vulnerabilidade e/ou com grande impacto à saúde pública.  Para alcançar a ação de resposta recomendada, indica-se aos profissionais de saúde e profissionais que participam da coleta/resgate de animais, que registrem todas as epizootias de primatas não humanos suspeitos de febre amarela e outros animais no SISS-Geo. Ressalta-se que para a vigilância em saúde é obrigatório ainda o preenchimento da Ficha de Epizootias do SINAN.

Estamos trabalhando para em breve trazer a Ficha de Epizootias para o app e, com isso, reunir as informações necessárias à notificação do SINAN e GAL. Assim, facilitamos as atividades de todos em campo e o acompanhamento pelos gestores. 

O plano encontra-se disponível no link: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/
plano_contingencia_emergencias_febre_amarela_2_ed.pdf