Pesquisadores da Fiocruz usam aplicativo SISS-Geo em expedição na Antártica

Crédito
Rita Braune - Equipe PIBSS Fiocruz
Foto de Juana Portugal

Há 108 anos quando as antigas expedições inauguraram a era da "ciência antártica", no continente gelado, pesquisadores não imaginavam que um dispositivo móvel pequeno e leve, pesando em torno de 110 gramas, se tornaria um instrumento capaz de auxiliar pesquisas científicas para armazenar e compartilhar imagens e dados georeferenciados de fauna, flora e geologia, entre outras informações da biodiversidade.

Em 17 de janeiro de 2020, mais de 1 século depois, assim que o grupo de pesquisadores da Fiocruz chegou à enseada de Ardley na Antártica, e enquanto aguardava o transporte para o navio polar Almirante Maximiano, um grupo de pinguins foi registrado em tempo real no aplicativo SISS-Geo (Sistema de Informação em Saúde Silvestre), desenvolvido pela PIBSS-Fiocruz. O registro do Pygoscelis antarctica - pinguim de barbicha observado pela pesquisadora Marcia Chame, foi o primeiro registro de um animal silvestre no continente Antártico, em um aplicativo brasileiro de tecnologia móvel e que pode ser visualizado por qualquer pessoa, em qualquer lugar do planeta.

Os pesquisadores contam com um laboratório de biossegurança (Fiolab) preparado para responder às necessidades de vigilância epidemiológica e sanitária do país, e dar suporte às pesquisas em saúde e ambiente na Antártica,  localizado a nova Estação Antártica Comandante Ferraz.

O projeto Fioantar tem previsão de durar quatro anos quando serão estudados vírus, bactérias, fungos, líquens, microbactérias e helmintos, que podem estar presentes nos animais que vivem ou circulam pela região, nas águas, nos solos, nas rochas e ainda no permafrost, que é um tipo de solo encontrado na região do Ártico e formado por terra, gelo e rochas que estão permanentemente congelados.

A pesquisa irá auxiliar na vigilância epidemiológica do Sistema Único de Saúde (SUS), identificando possíveis ameaças à saúde pública que podem chegar à América do Sul e, em outra linha, o potencial uso dos microrganismos identificados para desenvolvimento de novas tecnologias e produtos em saúde, como medicamentos e insumos.

Veja ao lado, a fotogaleria da primeira semana da expedição FioAntar 

Fotos: Marcia Chame, Juana Portugal, Martha Brandão, Peter Iliev