Oportunidades para a vigilância participativa em saúde
Para ampliar a participação dos visitantes de áreas naturais no monitoramento da fauna silvestre a equipe da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz, que desenvolve o SISS-Geo, participou pelo segundo ano consecutivo do 2º Congresso Brasileiro de Trilhas, nos dias 20 a 24 de setembro, na cidade de Niterói, Rio de Janeiro. O Congresso é o maior evento nacional que reúne montanhistas, trilheiros, conservacionistas, setor público e empresários do turismo e ambiente.
O Congresso é uma inciativa da Rede Brasileira de Trilhas que tem como objetivo fortalecer o Sistema Brasileiro de Trilhas de Longo Curso, com o desafio de articular ações territoriais com entidades públicas e privadas para conectar paisagens, culturas, conservar a biodiversidade e estimular o desenvolvimento de base comunitária e regional. A Rede foi formalizada como política pública nacional em 2018 e o Congresso vem se tornando um dos principais espaços de discussão e alinhamento de ações para ampliar a conectividade entre áreas conservadas, patrimônios culturais e a qualidade de vida das comunidades locais.
Desde o primeiro Congresso em 2022, a Fiocruz traz a saúde como um dos temas importantes a ser incorporado no planejamento das trilhas, bem como identifica o público e interessados como agentes estratégicos para a ampliação da vigilância participativa de zoonoses e a utilização do SISS-Geo no país.
O evento atraiu mais de 3 mil pessoas de diversos estados brasileiros e foi realizado pela Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, Neltur – Niterói Empresa de Lazer e Turismo, Ministério do Meio Ambiente, com apoio do Projeto Pró-Espécies
SISS-Geo e o Turismo, veja como estão juntos. Acesse:
https://www.biodiversidade.ciss.fiocruz.br/siss-geo-nas-trilhas-importancia-do-ecoturismo-para-vigilancia-de-zoonoses-emergentes-e
Conheça a Rede Brasileira de Trilhas, acesse: http://www.redetrilhas.org.br
SISS-Geo no Congresso
O SISS-Geo é a Plataforma tecnológica de ciência cidadã da Fiocruz para o monitoramento participativo da fauna e da vigilância de emergência de zoonoses. Os registros, no aplicativo gratuito, de animais mortos, vivos ou doentes e vestígios permitem identificar espécies raras, ameaçadas de extinção e anormalidades que precisam ser investigadas para evitar que novas doenças prejudiquem os animais ou possam adoecer as pessoas que percorrem as trilhas e aquelas que vivem ao seu redor.
Para apresentar o SISS-Geo ao público da Rede a equipe da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre da Fiocruz, esteve presente no “Espaço Trilhas do Congresso”. As funcionalidades da plataforma foram apresentadas para gestores e usuários de áreas naturais e guias de uso e materiais instrutivos e educativos foram distribuídos. Novos colaboradores foram cadastrados, além da oportunidade do encontro com colaboradores antigos.
Equipe PIBSS/Fiocruz - Luiza Koetz Spolavori, Luiz Gomes, Pedro Zeno e Matheus Costa Tavares (da esquerda para direita)
 |
 |
 |
Exposição de materiais, apresentação do SISS-Geo e interação com público
1º Seminário Técnico-Científico da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso: Caminhos e Desafios para a Conservação e Restauração da Conectividade da Paisagem
O Congresso Brasileiro de Trilhas de Longo Curso tem proporcionado o encontro de pesquisadores que trabalham com temas fundamentais para que as trilhas sejam indutoras da conservação da biodiversidade e do desenvolvimento territorial local. Este espaço, coordenado pela Câmara Técnica de Pesquisa da Rede, trouxe na primeira versão do Congresso, em 2022, o conhecimento científico com um dos orientadores do planejamento das trilhas. Em 2023, pelo interesse e importância dos temas foi realizado o 1º. Seminário Técnico-científico, em 19 de setembro, como evento pré-congresso.
A restauração ambiental, a necessidade das trilhas serem parte dos corredores ecológicos, do monitoramento da fauna e flora, além da avaliação de impactos e riscos foram alguns dos temas tratados. O tema saúde ganhou espaço para apresentar questões que devem ser incorporadas no planejamento e monitoramento das trilhas. Na mesa-redonda “Desafios e oportunidades para conservação da biodiversidade, proteção da saúde humana e silvestre e geração de renda em trilhas de longo curso” , a pesquisadora da Plataforma Institucional Biodiversidade e Saúde Silvestre Marcia Chame da Fiocruz, apresentou a necessidade de formação de guias, gestores e das comunidades do entorno para conhecimento e atenção a medidas preventivas tais como, a ocorrência de doenças nas diversas regiões do Brasil; a necessidade de vacinação; conduta adequada dos usuários; boas práticas para o uso da água e construção das trilhas, localização dos serviços de saúde na região; conhecimento sobre a fauna local e medidas de primeiros socorros. Além destes fatores, apresentou o risco de doenças humanas ameaçarem os animais, reforçando o uso do SISS-Geo como ferramenta que monitora e a partir do conhecimento, possibilita a implantação de ações de controle e prevenção.
Mesa redonda “Desafios e oportunidades para conservação da biodiversidade, proteção da saúde humana e silvestre e geração de renda em trilhas de longo curso”. Palestra Marcia Chame no 1º Seminário Técnico-Científico da Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso durante o 2º Congresso Brasileiro de Trilhas.
Foto: Pedro Zeno.